sexta-feira, 16 de julho de 2010

Comunicar na Saúde


O interesse oportuno do tema deste trabalho surge espontaneamente ao analisarmos os dois principais vocábulos que o constituem: Comunicação e Saúde. A comunicação é inata, desde os primeiros fôlegos após o nascimento até ao último suspiro, na concepção humana a comunicação está sempre presente. E comunicar é um conceito tão complexo que não se prende apenas com palavras ou gestos, ela compreende também sentimentos e emoções. A comunicação está presente durante o dia e durante a noite, no caos ou no silêncio. Podemos até estar a comunicar estando a dormir, conseguimos perceber como se está a sentir uma pessoa que dorme profundamente ou que dorme inquietamente. Conduzindo o conceito de comunicação para a área da saúde compreendemos a relevância que este pode adquirir. Em qualquer área da saúde, desde os pacientes no centro de saúde aos laboratórios onde se desenvolve a tecnologia que melhora a qualidade de vida das pessoas, a comunicação está sempre presente e é absolutamente necessária. Numa primeira instância percebemos que a comunicação é fulcral para divulgar informação, no entanto não se restringe apenas a esse propósito. Uma comunicação deficiente entre os profissionais e entre os pacientes pode traduzir-se em erros irrecuperáveis, o que tratando-se de saúde pode tornar-se crítico.
Ao longo do curso de pós-graduação em comunicação e saúde foram identificadas as várias formas de comunicar, delineados os tipos de linguagem e exercidas as técnicas para viabilizar a comunicação na área da saúde. Como engenheiro biomédico, apesar de não ter contacto directo com doentes, este curso ensinou-me a ter consciência da complexidade que é atender uma pessoa que se encontra numa situação débil. Adicionalmente, como a minha função profissional vai de encontro à de qualquer outro profissional de saúde, médico ou enfermeiro, que é melhorar a qualidade de vida das pessoas, reconheci na frequência desta pós graduação as necessidades das pessoas e a forma como uma comunicação eficaz pode colmatar substancialmente essas carências e facilitar de forma categórica a realização do nosso objectivo comum.
Todas as teorias apresentadas, as técnicas discutidas e os modelos de actuação implementados enriqueceram não só a minha formação ao nível das capacidades comunicacionais, como também foram de extrema importância para o meu enriquecimento como ser humano. Tendo em conta que a comunicação acompanha o desenvolvimento do ser, o desenvolvimento das ferramentas de comunicação fazem-me evoluir de forma exponencial.
Um factor de grande importância para a produtividade deste curso foi, sem dúvida, a qualidade do grupo de trabalho, desde formandos a prelectores. Apesar de maioritariamente ser constituído por pessoas ligadas ao ramo da enfermagem e muitas vezes as opiniões coincidirem de forma natural, foram muito úteis as experiencias partilhadas por todos os intervenientes que, vindo de áreas distintas mostram um confronto de ideias que abre os horizontes e nos leva para uma introspecção esclarecedora, profunda e positiva.
Faço assim uma apreciação benéfica destes seis meses de trabalho, que foram favoráveis para mim individualmente e acredito que para a generalidade dos intervenientes, mesmo para os técnicos da escola ou visitantes que puderam contar com a presença de um grupo sempre animado, confiante e acima de tudo comunicativo. O balanço não poderia deixar de ser positivo, tratando-se de um curso sobre comunicação.
Por fim, quero deixar a minha intenção de prosseguir com este trabalho, incluindo neste blog informações que encontre pertinentes não só na área da comunicação em particular mas da saúde em geral, tirando assim proveito das capacidades que estes novos meios de comunicação têm para oferecer.

“A palavra foi dada ao comum dos mortais para comunicar os seus pensamentos e aos sábios para os disfarçar”

Robert South

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